Thursday, May 07, 2009

"Você é minha Cassiopéia"

Olá, muito boa noite! Meu nome é N.K., e é um enorme prazer estar aqui! (risos)

Creio que não sou muito boa em primeiras impressões pela internet mas, por outro lado, quem o é? (risos) Bem, devem haver pessoas com muito boas primeiras impressões digitais... Ah, creio que seria melhor dizer "impressões online"? Mas deixa pra lá! (risos)

Com meus vinte e dois anos de idade, gostaria de contar em vinte e duas palavras minha vida até então: Nasci, dia vinte e sete de janeiro de mil novecentos e oitenta e sete. Já atrapalhando, às cinco e meia da manhã. (risos) Vinte e duas palavras! Que palavra poderei adicionar ano que vem? (risos) É divertido imaginar...

Sabe, cinco e meia da manhã é um horário chato. Não é tarde suficiente para vermos o sol nascer, ou cedo suficiente para acordamos em um novo dia. É simplesmente o horário mais inoportuno de todos! (risos)

Filha única de meu papai e minha mamãe, não tenho absolutamente nada de interessante para contar de minha infância, pré-adolescência e adolescência! (risos) Na verdade, creio não ser uma garota muito interessante. Quando o acontecimento mais importante de sua vida foi quando nasceu, é fácil contar sua história de vida em vinte e duas palavras.

Mesmo assim, mesmo sendo tão sem graça, com quase todo pouco espaço em minha pequena cabeça já ocupado, consegui obter duas grandes paixões nesta vida: a literatura e a música. Não são paixões muito diferentes mas, agradeço pelo fato que, no que faltei em originalidade, pude compensar em sinceridade. E graças a estas paixões estou aqui, escrevendo meu próprio, querido, diário online!

Exatamente há dois anos abracei meu primeiro amor. Seu toque era maduro, mesmo com oror tão jovial. Sua pele era fria mas, era como se tivesse um coração que tremia em um tom grave. Profundo. Triste, simples e solitário. Eu sabia que havia feito a escolha certa. Ele era como eu. Se nós dois subitamente fôssemos retirados deste mundo, ainda assim teria sido uma vida plena. Mesmo que profundamente tristes, simplórios e solitários, éramos dois. Sim... Há dois anos ele finalmente me encontrou, meu Fender American Standard Precision Bass, 2-color sunburst. Meu querido baixo elétrico. Hoje fizémos nosso aniversário de namoro! (risos)

No início tive algumas aulas. Queria muito aprender a tocá-lo. Como John Myung ou quem sabe perto. O amplificador ficava no quarto de hóspedes de minha casa, ao lado de uma cama de casal cor bege, com um lindo encosto de camurça e várias almofadas fofas e gordas em cima! Eu o plugava em meu baixo e deitava naquela cama. Seu peso sobre meu corpo e eu o tocava. Não havia no mundo sentimento mais completo que imaginar seu som mover o firmamento, naquela ogiva azul que eu via da janela do quarto de hóspedes.

Descobri que eu prefiria ver as nuvens quando refletiam em meu baixo. Meu baixo elétrico. Com ele eu não era atrapalhada, mas uma garota que sabia o tocar. A única no mundo que poderia transar aquele som. Estávamos sempre juntos, até às cinco e meia da manhã.

Mais belo que as próprias Nereides, você é minha Cassiopéia.