Graças ao comentário do Fábio, fiquei inspirada em escrever sobre Cassiopéia hoje. Tentar dar o melhor de mim para explicar por que ele é tão importante na minha vida. (risos)
Cassiopéia é um companheiro. Quando o ligo no amplificador e toco um mi solto e introspectivo, sinto o som grave vibrando dentro de mim. Este som é inalterável. Se eu afinar Cassiopéia, aquele mi é ininterruptamente eterno. Algo vigorosamente duradouro. Enquanto aquela corda vibrar, o som irá ser sempre um mi, firmemente permanente.
Acho que na verdade, simplesmente sou perdidamente apaixonada pelo som do baixo. É como se fosse um reverb, um eco, sempre em sintonia com minha alma. É um som que me traz segurança. Austero, gentil e confiante. Assim como Cassiopéia.
Cassiopéia não é a madeira que compõe meu baixo ou as cordas nele. Mas o som e o espírito, é a sensação de que meu mundo é meu e que, na peça de minha vida, serei protagonista. Mesmo que não seja a diretora deste drama, ainda assim terei controle sobre parte de meu destino, até o fim nefasto que me aguarda.
Sei tocar tantas músicas que às vezes esqueço que as sei e começo a tocar sem perceber que música é. E, são poucas mas, existem músicas que não existem lá fora. Estão sempre saindo das cordas de Cassiopéia, mesmo sem nunca terem sido escritas. Como se fossem canções que moram em mim, nascidas de minhas horas de reflexão com o peso de Cassiopéia em meu colo.
Acordar, tomar banho, escovar os dentes, pentear os cabelos, passar maquiagem, escolher a roupa e colocar Cassiopéia nas costas. Minhas manhãs são incompletas sem ele.