Toda vez que um professor de repente me olha, meu coração vira um tambor enlouquecido. É claro que não estou apaixonada pelos meus professores, não é nada disso. Mas dentro de mim desenvolvi um medo de autoridades, ou de pessoas que podem repreender-me por erros que cometi ou estou cometendo. Não consigo evitar. Me esforço e desdobro a pouca força de vontade que tenho para preencher todas as lacunas em meu caráter e não errar. Mesmo assim, ainda tropeço várias vezes na mesma pedra.
E é engraçado perceber, várias vezes, que a natureza de muitos de meus erros é meu esforço em não errar. É como tentar manter-me acordada quando quero ver o Oscar e adormecer porque tentei demais.
Conheço uma pessoa que não é como eu. Ela sabe errar, como ela mesma me explicou quando indaguei a razão de seu sucesso. E é claro que na hora não entendi mas, estas palavras ficaram em minha mente. Uma pessoa que sabe errar.
Na verdade, esta pessoa não titubeteia. Ela cambaleia mas não cai. Os balaços das adversidades trombam nela mas ela os aceita. Põe seus erros sobre seus ombros e avança, com coragem. Toma responsabilidade pelo que fez e, com um ímpeto invejável, ela realiza um milagre. Algo que somente os valentes são capazes de fazer.
Cassiopéia, sejamos valentes também.