Não posso dizer que nunca me apaixonei. Já sim. Mas nunca por uma pessoa. Apenas os conceitos que elas representam para mim. Até hoje não encontrei alguém por quem me sentisse atraída, que me magnetizasse. E muito já pensei a respeito disto.
A conclusão é que não há conclusão. A melhor resposta é que ela não existe. Se houvesse uma, eu seria limitada. Só conseguiria gostar de uma pessoa se fosse exatamente aquilo que eu busco. E imagino que, como amizades, a paixão deve surgir quando encontramos algo precioso em outra pessoa.
Dentro de mim moram sentimentos frágeis. Pouco de mim posso dizer ser sólido, inabalável. É fácil me balançar, pequenos atos e pequenas palavras conspiram facilmente e me desnorteiam. Talvez eu seja frágil ou, quem sabe, apenas fraca. Muito fraca. E solitária.
Porém, não sou uma pessoa triste. Melancólica. Apesar de saber que muito falta em mim para encontrar plenitude, sou uma pessoa muito simples. Se algumas palavras podem me ferir, são elas também que podem me curar. Qualquer coisa me alegra e me faz sorrir. Uma pequena piada do cotidiano me faz rir e aquece meu coração. Alguém me procurar, dentre todas as outras, e me encontrar só para dizer algo sem peso, me faz feliz. Assim eu sou e, assim, espero, ser aceita por aquele que, quem sabe, um dia, venha a me amar.
Se esta pessoa chegar então eu quero estar preparada para aceitar suas dificuldades. Entender suas covardias e medos. E mesmo que esteja pedindo perfeição em um mundo muito imperfeito eu gostaria de encontrar plenitude ao lado desta pessoa. Que ela permita que eu caminhe a seu lado.
Caso você chegue e eu não perceba, desculpe, não tenho experiência com estes assuntos. Se ainda posso pedir algo, peço que me faça perceber. E aceitar. E quando tudo tiver acalmado me beije para que eu saiba também porque as pessoas sonham.