Entrava hoje na sala de aula atrasada. Minha cama estava tão gostosa que quis ficar por lá mais um pouco e "mais um pouco" acabou sendo demais.
Todavia, apressada, não queria perder a aula do meu professor predileto: o senhor P., um velhinho gentil e inteligente.
Abri a porta e ele estava perto dela, escrevendo no quadro. Disse bem baixinho meu: "desculpe o atraso, com licença" e comecei a seguir para meu assento na terceira fileira quando tropecei no meu próprio pé e capotei.
As pessoas riram e o senhor P. também, e me ajudou a levantar. E me disse: "Vá com calma, Nami. O importante é que chegou".
Não ligo que riam de mim mas, ninguém na sala ficou caçoando. Riram um pouquinho mas, com muita elegância tentaram desviar o assunto da menina desajeitada tropeçando; e o professor doce que sabe sempre o que dizer.
Poucas palavras podem nos ferir, não é? Mas são elas mesmas que, heroicamente, podem nos salvar das quedas.