Não quero parecer careta mas, creio que devemos sempre ser bons com nossos pais. Não apenas nos dias deles.
Durante alguns anos, fiquei distante dos meus pais. Principalmente meu pai. Foi uma época difícil de minha família e dos negócios, e meu pai precisou passar um bom tempo no exterior. Enquanto eu e minha mãe nos esforçávamos para manter o pouco que tínhamos de íntimo ainda vivo.
Em um milagre mórbido tudo se ajeitou e, quando meu pai retornou, percebi que nada nele, ou em mim, havia mudado. Ainda havia aquela distância entre nós. Um grande abismo unido por uma ponte.
Foi quando comecei a entender que, na verdade, ele é assim. Meu pai. Mesmo que esteja distante, aquela ponte que nos une - apesar de só - é mais forte que tudo. Nada no mundo poderia abalar aquela única ligação de carinho, afeto, responsabilidade e amor. Meu pai, é um grande homem. Não preciso que me abrace todos os dias, ou diga que me ama, estas coisas estão estampadas em tudo ao meu redor.
Sei que não lhe trago todo o orgulho do mundo. Não quis seguir a carreira da família. Sequer segui uma carreira, digamos, tradicional. Mesmo assim, nunca ele me olhou com desdém. Longe disso. Quando lhe disse que queria seguir minha arte, ele me disse que já sabia. E mesmo que estivesse preocupado, pelo menos ele poderia ter certeza que eu estava fazendo o que eu queria.
Amo meu pai. O amo tanto, de forma tão certa... Todas as manhãs, lendo um jornal antes de ir para o trabalho, que sustenta nossa família de três; sempre tão correto, humilde e compreensivo.
Hoje é seu dia, pai. Mas como todos os outros, me esforço para honrar o sangue do senhor que corre em mim. Não há nada no mundo que possa me separar de você.
Meu guardião. Meu protetor. Meu herói...